A Image Comics é a nova Vertigo? Do meu ponto de vista sim!
Sou um grande fã das HQs da Vertigo (muitas delas estão com certeza entre as melhores que já li) e achava que nada semelhante poderia aparecer no mercado. Afinal uma editora que havia criado Sandman, The Books of Magic, Hellblazer, Preacher, entre tantos outros, jamais poderia ser superada por ninguém, correto?
ERRADO! Desde a saída de Karen Berger (bem, para falar a verdade, já um pouco antes disso, o que pode ter motivado a saída dela), a Vertigo não é mais a mesma. Há tempos não vejo mais a mesma ousadia e a mesma disposição para inovar, características que fizeram do selo um exemplo de criatividade e trouxeram as nossas maõs (e mentes) séries que até hoje não foram (se é que algum dia serão) esquecidas.
É compreensível que um editora que criou um sucesso estrondoso como Sandman, gere uma expectativa muito grande nos seus leitores (e nos seus acionistas), mas não é sempre que há de se encontrar um Neil Gaiman por aí. É óbvio que, em qualquer tempo e em qualquer área, teremos pouca excelência, muito lugar comum e excesso de mediocridade, mas isso se aplica a qualquer coisa na vida. No caso das HQs, em minha opinião, a busca pela excelência só acontece quando as portas estão abertas para novos talentos, sejam eles escritores ou desenhistas, com ideias mirabolantes e porque não dizer até bizarras. É importante lembrar que a nova geração cresceu influenciada por Neil Gaiman, Peter Milligan, Mike Carrey, John Ney Reiber, Alan Moore, Garth Ennis, entre tantos outros mestres que passaram pela Vertigo ao longo destes 25 anos, o que pode significar que tenhamos grandes mentes esperando por uma simples chance de demonstrar seu talento.
Mas infelizmente, apostar sem receios na inovação parece não ser mais o caso da Vertigo. Controlada pela Time Warner, aparentemente a Vertigo não tem mais a liberdade para arriscar, afinal, como em toda grande corporação, o que importa é o lucro dos acionistas. Assim, a Vertigo caminha sem rumo definido, lançando poucas séries interessantes (Coffin Hill é uma exceção que merece ser lida), ao mesmo tempo que tenta reviver seu passado de glórias, usando de personagens associados a antigos sucessos (como é o caso da série Dead Boy Detectives ou até mesmo de Sandman Overture). Enquanto isso, a Image Comics que tem demonstrado não ter medo de inovar lança quase que mensalmente uma nova série, que pode ou não virar um sucesso. A Vertigo parece que passou a utilizar somente as fórmulas certas de um passado que há muito já se foi. Isso pode até funcionar para os novos leitores, mas depois que eles acabarem de ler os "clássicos" do selo, perceberão que existe um vazio que atualmente não consegue ser preenchido pela editora. Fables, Fariest, American Vampires, The Unwritten e Coffin Hill são ótimos títulos, mas exceto pelo último, os primeiros já são séries em andamento que foram lançadas no período em que Karen Berger ainda era a editora executiva. Ou seja, com o novo time editoral não temos praticamente nada de novo que realmente faça valer a reputação do selo.
Do outro lado, vê-se uma inovação e uma mudança de postura impressionante na Image Comics. Uma editora criada para publicar séries de super heróis, por nomes como Marc Silvestri, Jim Lee, Todd McFarlane, entre outros, e que acabou preenchendo uma lacuna deixada pela Vertigo Comics ao perceber que os leitores querem histórias inteligentes, instigantes e originais é algo muito bem vindo.
Quando a Image Comics foi criada em 1992, eu imaginei que a mesma seria mais uma Marvel Comics ou DC Comics, com seus super heróis que nunca morrem e sua cronologia infinita, que muda há cada par de anos para dar sobrevida ao gênero. Confesso que tal pensamento só foi modificado depois que comprei meu tablet e passei a ter acesso aos "novos" conteúdos da editora, que nada tinham a ver com meu pensamento pragmático com relação à mesma.
Quando a Image Comics foi criada em 1992, eu imaginei que a mesma seria mais uma Marvel Comics ou DC Comics, com seus super heróis que nunca morrem e sua cronologia infinita, que muda há cada par de anos para dar sobrevida ao gênero. Confesso que tal pensamento só foi modificado depois que comprei meu tablet e passei a ter acesso aos "novos" conteúdos da editora, que nada tinham a ver com meu pensamento pragmático com relação à mesma.
Mas nem só de Image Comics vive o mercado criativo de quadrinhos. Por fora correm outros estúdios que também buscam a inovação e que trazem algumas HQs bastante interessantes e outras promissoras, como:
- Rachel Rising, de Terry Moore (Strangers in Paradise), publicada pela Abstract Studios;
- Locke & Key (de Joe Hill, filho de Stephen King e escritor do ótimo Fantasmas do Século XX), publicada pela IDW;
- Clive Barker's Next Testament, publicada pela Boom! Studios;
- Thomas Alsop, também publicada pela Boom! Studios;
- The Empty Man, também publicada pela Boom! Studios;
As últimas duas eu ainda não tive o prazer de ler, mas em breve devo adquirí-las, no entanto a sinopse inicial me pareceu promissora, como é o caso de outras séries novas da Image Comics que foram recentemente lançadas.
Para finalizar, seria injusto não citar também a Dark Horse Comics e seu universo criado em torno do Hellboy: B.P.R.D, Abe Sapiens, Witchfinder, Lobster Johnson, Sledgehammer 44, e, finalmente, mesmo que não diretamente relacionado, Baltimore. Todas estas séries trazem um nome em comum: Mike Mignola, que certamente é um dos melhores escritores e desenhistas das últimas décadas.
Enfim, texto longo, mas após toda esta argumentação, segue uma lista de HQs da Image Comics que eu acredito que mereçam ser lidas:
Enfim, texto longo, mas após toda esta argumentação, segue uma lista de HQs da Image Comics que eu acredito que mereçam ser lidas:
Chew e Saga também são interessantes e rendem uma boa diversão. Entre as novidades, citaria Outcast, de Robert Kirkman (The Walking Dead, que todos conhecem da série de TV) e Trees que também devo ler em breve.
E por enquanto é só...