segunda-feira, 30 de junho de 2014

A Image Comics é a nova Vertigo?

A Image Comics é a nova Vertigo? Do meu ponto de vista sim!

Sou um grande fã das HQs da Vertigo (muitas delas estão com certeza entre as melhores que já li) e achava que nada semelhante poderia aparecer no mercado. Afinal uma editora que havia criado Sandman, The Books of Magic, Hellblazer, Preacher, entre tantos outros, jamais poderia ser superada por ninguém, correto? 

ERRADO! Desde a saída de Karen Berger (bem, para falar a verdade, já um pouco antes disso, o que pode ter motivado a saída dela), a Vertigo não é mais a mesma. Há tempos não vejo mais a mesma ousadia e a mesma disposição para inovar, características que fizeram do selo um exemplo de criatividade e trouxeram as nossas maõs (e mentes) séries que até hoje não foram (se é que algum dia serão) esquecidas.

É compreensível que um editora que criou um sucesso estrondoso como Sandman, gere uma expectativa muito grande nos seus leitores (e nos seus acionistas), mas não é sempre que há de se encontrar um Neil Gaiman por aí. É óbvio que, em qualquer tempo e em qualquer área, teremos pouca excelência, muito lugar comum e excesso de mediocridade, mas isso se aplica a qualquer coisa na vida. No caso das HQs, em minha opinião, a busca pela excelência só acontece quando as portas estão abertas para novos talentos, sejam eles escritores ou desenhistas, com ideias mirabolantes e porque não dizer até bizarras. É importante lembrar que a nova geração cresceu influenciada por Neil Gaiman, Peter Milligan, Mike Carrey, John Ney Reiber, Alan Moore, Garth Ennis, entre tantos outros mestres que passaram pela Vertigo ao longo destes 25 anos, o que pode significar que tenhamos grandes mentes esperando por uma simples chance de demonstrar seu talento.

Mas infelizmente, apostar sem receios na inovação parece não ser mais o caso da Vertigo. Controlada pela Time Warner, aparentemente a Vertigo não tem mais a liberdade para arriscar, afinal, como em toda grande corporação, o que importa é o lucro dos acionistas. Assim, a Vertigo caminha sem rumo definido, lançando poucas séries interessantes (Coffin Hill é uma exceção que merece ser lida), ao mesmo tempo que tenta reviver seu passado de glórias, usando de personagens associados a antigos sucessos (como é o caso da série Dead Boy Detectives ou até mesmo de Sandman Overture). Enquanto isso, a Image Comics que tem demonstrado não ter medo de inovar lança quase que mensalmente uma nova série, que pode ou não virar um sucesso. A Vertigo parece que passou a utilizar somente as fórmulas certas de um passado que há muito já se foi. Isso pode até funcionar para os novos leitores, mas depois que eles acabarem de ler os "clássicos" do selo, perceberão que existe um vazio que atualmente não consegue ser preenchido pela editora. Fables, Fariest, American Vampires, The Unwritten e Coffin Hill são ótimos títulos, mas exceto pelo último, os primeiros já são séries em andamento que foram lançadas no período em que Karen Berger ainda era a editora executiva. Ou seja, com o novo time editoral não temos praticamente nada de novo que realmente faça valer a reputação do selo.

Do outro lado, vê-se uma inovação e uma mudança de postura impressionante na Image Comics. Uma editora criada para publicar séries de super heróis, por nomes como Marc Silvestri, Jim Lee, Todd McFarlane, entre outros, e que acabou preenchendo uma lacuna deixada pela Vertigo Comics ao perceber que os leitores querem histórias inteligentes, instigantes e originais é algo muito bem vindo.

Quando a Image Comics foi criada em 1992, eu imaginei que a mesma seria mais uma Marvel Comics ou DC Comics, com seus super heróis que nunca morrem e sua cronologia infinita, que muda há cada par de anos para dar sobrevida ao gênero. Confesso que tal pensamento só foi modificado depois que comprei meu tablet e passei a ter acesso aos "novos" conteúdos da editora, que nada tinham a ver com meu pensamento pragmático com relação à mesma.

Mas nem só de Image Comics vive o mercado criativo de quadrinhos. Por fora correm outros estúdios que também buscam a inovação e que trazem algumas HQs bastante interessantes e outras promissoras, como:


As últimas duas eu ainda não tive o prazer de ler, mas em breve devo adquirí-las, no entanto a sinopse inicial me pareceu promissora, como é o caso de outras séries novas da Image Comics que foram recentemente lançadas.

Para finalizar, seria injusto não citar também a Dark Horse Comics e seu universo criado em torno do Hellboy: B.P.R.D, Abe Sapiens, Witchfinder, Lobster Johnson, Sledgehammer 44, e, finalmente, mesmo que não diretamente relacionado, Baltimore. Todas estas séries trazem um nome em comum: Mike Mignola, que certamente é um dos melhores escritores e desenhistas das últimas décadas.

Enfim, texto longo, mas após toda esta argumentação, segue uma lista de HQs da Image Comics que eu acredito que mereçam ser lidas:


Chew e Saga também são interessantes e rendem uma boa diversão. Entre as novidades, citaria Outcast, de Robert Kirkman (The Walking Dead, que todos conhecem da série de TV) e Trees  que também devo ler em breve.

E por enquanto é só... 

O tablet e as HQs

Uma das minhas melhores aquisições nos últimos tempos certamente foi meu tablet.

Comprei no final do ano passado um Google Nexus 7, e, apesar de achar que ele seria útil, seja para leitura de notícias, coisas de trabalho e até mesmo para rodar alguns jogos, não esperava que ele fosse na verdade se tornar a minha fonte primária de leitura de HQs.

Confesso que tinha preconceito quanto a livros digitais, motivo pelo qual nunca comprei um Kindle. Sempre gostei de sentir o cheiro de um livro novo, folhear suas páginas, sentir o peso do volume. Isso sempre foi parte da experiência da leitura, e com os quadrinhos não podia ser diferente.

Até que, depois de alguns dias com o tablet, instalei o Kindle Reader e resolvi dar uma chance para as HQs digitais. Comprei então um TPB da Vertigo (ou era da Image Comics, nem lembro mais) e percebi depois de alguns dias que poderia me acostumar com o novo formato. Além da possibilidade de dispor de várias HQs sempre comigo, poder adquirí-las a qualquer momento e tê-las disponíveis em questão de minutos era algo tentador (adeus meses de espera de compras na Livraria Cultura e na Amazon). Para melhorar, o custo também era bem mais interessante que o antigo formato em papel.

Já aberto a esta possibilidade, resolvi testar outros leitores e me deparei com o Comics da Comixology (agora uma empresa da Amazon) e o leitor da Dark Horse

Após utilizar o Comics percebi que este era um caminho sem volta. Além de ser um excelente leitor, ele me abriu as portas para um número imenso de publicações que nunca vão ser impressas em nosso país. Material de excelente qualidade, inovações que não via desde a época áurea da Vertigo, as HQs disponíveis na Comixology me mostraram que sim, ainda existe muita criatividade e muitas boas histórias para serem contadas.

E assim descobri novos títulos excelentes, mas isso é material para um próximo post...

DICA: quem ainda tem dúvidas sobre HQs digitais precisa experimentar para perceber que está perdendo tempo ao não aderir a este formato. :-)

Até mais!

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Coisas que ninguém me contou (mas que eu aprendi de qualquer maneira)

O site Stuff No One Told Me (but I learned anyway) fala de fatos e situações da vida de forma direta e ao mesmo tempo leve, utilizando-se de desenhos e pequenos textos para que reflitamos sobre coisas que muitas vezes não compreendemos ou que acabamos não percebendo devido a correria do dia-a-dia.

Seguem alguns posts que com após lidos merecem uma reflexão:














Um site que deve no mínimo ser seguido via RSS.

RECOMENDO !!!

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Blogando via GoogleCL

Esse é um post feito pelo GoogleCL.

Apesar de parecer simples, a linha de comando do Google é uma excelente ferramenta. Além de permitir a automatização de tarefas, elas também possibilita o agendamento de backups de seus dados no cron.

Quer saber como instalar o GoogleCL? Siga os seguintes procedimentos:
  • Baixe o gdata-python-client. Descompacte-o mesmo e instale com o comando: sudo python setup.py install

  • Se sua distro for Ubuntu, instale o pacote python-gdata. Se for outra distro, instale o pacote similar.

  • Baixe o GoogleCL. Se sua distro for Ubuntu, baixe e instale o pacote .deb. Caso seja outra distro, baixe os fontes, descompacte-os e instale com o comando: sudo python setup.py install

Pronto, agora é só se divertir.

PS:o post anterior foi deletado e recriado, pois eu ainda não possuía total domínio da nova ferramenta. :-)

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Fables e Jack of Fables

Recebi ontem mais 3 TPBs importados: Fables Vol. 12, Fables Vol. 13 e Jack of Fables Vol. 6.


Fables (Fábulas) é uma série já conhecida pelos leitores brasileiros e que passou pelas mãos de três editoras diferentes (Devir, Pixel e Panini). Felizmente desde que a Panini assumiu sua publicação, a série passou a ser publicada com certa regularidade (um volume por semestre).

Já Jack of Fables, que é um spin-off da série, ainda não teve suas histórias publicadas no Brasil (no mínimo por questões de cronologia). Jack of Fables conta as aventuras de João, após o mesmo ter deixado a cidade de Fabletown. Nessa série conhecemos um pouco do seu passado e também somos apresentados a novos personagens que se mostrarão fundamentais no universo fantástico criado por Bill Willingham (Falar mais que isso seria um SPOILER).

Minha aposta é que tal série substitua Lugar Nenhum (que acaba em agosto) na revista mensal Vertigo da Panini, já que o início do spin-off ocorre cronologicamente durante as duas primeiras histórias do volume 6 (Homelands) de Fábulas, que deve ser publicado no segundo semestre.

Para quem gosta de Fábulas, Jack of Fables é também uma excelente pedida, então cruzem os dedos para que a Panini passe a publicar a série em breve.

terça-feira, 15 de junho de 2010

The Unwritten e Greek Street

Recebi mais duas HQs importadas: The Unwritten Vol. 1 e Greek Street Vol. 1.

As novas séries da Vertigo (não tão novas pois já tem um ano e meio aproximadamente), que ainda não estão sendo publicadas no Brasil, tratam exatamente dos meus temas favoritos: fantasia e mitologia.

Assim que terminar de lê-las, farei um post no blog.



Histórias em quadrinhos como incentivo à leitura

Eu tenho uma posição que creio ser compartilhada por outras pessoas: histórias em quadrinhos são um incentivo à leitura. Num país onde os cidadãos não tem o hábito de ler e o número anual de livros lidos per capita é muito pequeno, as histórias em quadrinhos poderiam ser utilizadas para mudar a atual situação.

Para compreender melhor minha opinião, é preciso lembrar que atualmente o hábito da leitura concorre com o orkut, facebook, twitter, msn, jogos online, videogames e outras formas de lazer mais dinâmicos e interativos. Tudo isso consome o tempo livre e a atenção das crianças e adolescentes, o que só reduz as chances dos livros. E, como todo hábito, o prazer da leitura pode (e deve) nascer ainda na infância/adolescência. E é aí que entram as histórias em quadrinhos, com seu formato dinâmico, mesclando texto e desenhos que enchem os olhos e atraem a atenção de todos que as leem.

Você pode agora estar se perguntando: "Mas criar o hábito de ler não é papel das aulas de literatura na escola ? Então pra que ler histórias em quadrinhos que nada mais são que desenhos com texto e que não possuem qualquer valor educacional ? " Será mesmo que as HQs não tem valor educacional e são mero passatempo ? Eu penso exatamente o contrário.

Depender da escola pra criar o hábito da leitura é um ERRO, pois o ensino literário em vigor é terrível, já que OBRIGA os alunos a ler obras de Machado de Assis, Aluísio de Azevedo, José de Alencar, entre outros autores (em grande parte por causa dos vestibulares) e espera com isso torná-los leitores habituais. Só que ao invés disso, tal abordagem só acaba por afastar as pessoas dos livros. Confesso que li muitas obras nacionais clássicas por obrigação e tal experiência só me fez detestar ainda mais a literatura nacional e seus autores. Bom mesmo era quando podíamos escolher o livro a ser lido. Dessa forma devorei todos títulos do Luís Fernando Veríssimo que existiam na biblioteca, e gostei tanto que acabei comprando-os mais tarde.

Empurrar "goela abaixo" a literatura só afasta as crianças e adolescentes. Com certeza NÃO será assim que os livros se tornarão um hábito do brasileiro. Conheço dezenas de pessoas que não leem mais por causa da postura de leitura obrigatória imposta na adolescência. E por isso acredito que incentivar a criança a ler histórias em quadrinhos desde pequena poderá torná-la um provável leitor no futuro, pois o "trauma" da literatura escolar será superado pelo prazer obtido na leitura dos "gibis". Afinal um hábito só se cria se houver um prazer associado.

Vou usar minha história pessoal como exemplo do que defendo aqui: desde os 5 ou 6 anos de idade meu pai comprava "gibis" da Disney para me distrair. Com o tempo comecei a gostar tanto que passei a colecioná-los. Mudei depois pra Marvel, li também A Turma da Mônica, e em torno dos 24 anos (quando ainda lia Marvel) descobri a linha Vertigo numa banca próxima de casa.

A linha Vertigo pode ser vista como um mundo totalmente novo para os leitores de HQs "convencionais". Com texto mais maduro e arte excelentes fui logo fisgado. Comprei tudo que achei no país e tudo que pude importar (o que ainda me ajudou a melhorar o meu inglês). Mas depois que as opções "acabaram" fiquei com um grande vazio.

Como a maioria das HQs que lia (Sandman, Hellblazer e Livros da Magia, por exemplo) tinham como base conceitos mitológicos, folclóricos, religiosos e digamos, esotéricos, passei a ler muitos livros de mitologia, de religião, folclore e até mesmo contos clássicos da literatura fantástica e de horror. De lá pra cá minha biblioteca só aumentou: comprei nessa última década aproximadamente 100 livros (sem contar as HQs) de várias áreas distintas. Ainda detesto romances, mas adoro ler de uma maneira geral. E devo isso tudo as histórias em quadrinhos.

Ou seja, mesmo com a lembrança das "infelizes" aulas de literatura na adolescência, a paixão obtida com os quadrinhos acabou vencendo. Além disso, acabei desenvolvendo também um prazer pela escrita, e hoje mantenho dois blogs.

Então, em virtude de minha experiência própria, e em contraponto a postura de obrigatoriedade de leitura dos clássicos da literatura nacional na escola, defendo cada vez mais as HQs e incentivo todos que estão ao meu alcance a ler quadrinhos.

Pode não ser a solução definitiva, mas certamente é uma grande porta de entrada para o mundo dos livros.

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